O GRILO
O GRILO
na decisão controversa
talvez por via transversa,
o poeta já não versa,
grampearam a sua rima!
e por isso ele se expressa,
bem devagar, não tem pressa,
em um poema sem rumo,
fora do eixo e do prumo,
sem alicerce ou arrimo!
nos pilares da esperança
da obstrução sacrossanta,
desespera e não alcança,
nem desiste a governanta,
“não saio! eu fico! não vou!”
devagar, devagarinho,
lá vem descendo a ladeira,
caindo pelas tabelas,
se apoiando nas quimeras,
das promessas e dos erros,
é em vão o desespero!
e impassível, elegante,
lhe diz o grilo falante,
que é primo irmão do elefante:
acorda!! o sonho acabou!
AC De Paula
‪#‎poetaacdepaula‬