O SILÊNCIO DOS LUARES
O silêncio pairava da beatífica cúpula célia,
d'onde caíam bênçãos, naquela tarde silenciosa
a harmonizarem a brisa morna do boreal
com o sereno intempestivo do anoitecer...
Nos jardins desencarnavam as flores preciosas,
ante os incólumes e intensos anseios reclamados
pelas borboletas coloridas, doces e graciosas,
ameaçadas pela das garras das noturnas
vidas que assombram e tiram o brilho das rosas...
Ante às luzes de neons que os piramlampos
levam às silvestres flores dos campos,
corrompidas nos incestos do viver daninho,
triunfa o silêncio abstraído pela cor selênica
das noites perdidas na solidão...
Vagam pirilampos sem borboletas
no silêncio noturno da esfera da ilusão.
Tarcísio Ribeiro Costa
Julho/2007