ALHEADOS

Alheados

Passam operários, suas pressas

De apressarem-se derrotados...

Mas, em verdade, tudo passa,

Como o som que se apaga

Na oportunidade de se calarem

Esses meninos de whatsapps...

Que te parece, Dona Maria?

Todos alheados ao tempo?

Parece alheiam-se aos fatos:

Passam carros com sons altos...

Passam bancários, suas gravatas,

Em plena praia de maré alta...

Gritos de febre, sinais de farsa...

Alheios ao tempo estamos todos

Nesse balburdio de querer viver

Num só dia toda uma vida...

Inda não feita por merecer.

sergiodonadio.blogspot.com

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sergio donadio
Enviado por sergio donadio em 03/05/2016
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