O ABORTO DA ROSEIRA
O ventre do galho escarpado
Abortou da hirta haste
O embrionário botão.
Por que roseira? Por quê?
Quero o porquê disto?
Não amavas o inocente rebento?
Por que não deste a chance
De o botão florir, bela rosa ser
E de sua flor no calor do sol sorrir?
É primavera roseira, e mesmo assim,
Abortaste. Não perdoo. O botão caído no chão
Recebe um funeral, e últimos préstimos das famintas formigas.
Ó Deus! Agora vejo. Ó vida! Ó vida!
Caiu da roseira o botão-embrião
Para ser comida! Para ser comida!