Noite
Teu beijo ganhei na noite...
Em que sonhei, ter você comigo.
E o incêndio no meu corpo,
Fala mais alto que a razão.
Galopar num deus pagão...
Num homem, feito de brisa fresca de verão.
E tem no beijo um tufão,
Que arrasta meu todo ao vácuo,
De sua louca paixão.
Craveja em minha pele suas mãos,
Donas de tudo... navegando em meu íntimo.
Meu corçario de mares sem fim,
Rouba meus sentidos,
Me faz prissioneira desse tesão.
Eu faço de ti meu escravo, na mesma sensação!
Meu pirata dos mares,
Mensageiro de prazeres,
Dono das minhas emoções.
Que leva aos meus lábios,
Esse riso solto no ar.
Esse gosto de amar!
Quero esse homem para mim,
Quero sentir suas coxas, repousar nas minhas coxas....
Na certeza do encaixe perfeito.
Na grandeza de mim sentir mulher,
Desejada, venerada, como as cílfides pelos mares.
Sereia que te encanta, na dança do amor realizado!
Eu sinto que o tempo e o espaço,
Nunca existiram para nós.
Que pertenço a esse homem,
Sempre pertenci.
Que nunca foi só eu... sempre foi nós!
Me visto com esse manto de luz,
Que me envolve , no momento pleno,
Em que busca o alimento como infante
Nos seios de tua amante...
Te encontrei, no meio de uma tempestade,
Que assolava meu viver,
Foste minha bonança,
E nos teus versos, refiz minha esperança.
De viver, um sonho de amor!
Platônico é certo,
Mais eterno enquanto dure...
Teu beijo, ganhei na noite.
Em que meu corpo reclamava uma pele,
Um arrobo, uma paixão.
Surgi você, meu etério fazerdor de versos,
Para me transportar ao mundo fantástico,
Dos amantes... solitários!
E a perfeição do ato do nosso encontro.
Seria de fato sentida por nós.
Enrrosco meu corpo no teu,
E fico a bailar num mundo de cores,
Há, essa tua boca... tem gosto de fruta madura,
Que mela meu colo ao sugar o nécta de mim.
Me perco em você num momento mágico.
Estremecendo com teu prazer,
Para terminar meu gesto,
Num silêncio de paz.
Transformada pela luz do momento,
Em que juntos saboreamos,
O manjar dos deuses.
Num gozo de amor.
Mensageiro de meus sonhos, meu profeta.
Companheiro de minhas noites,
Meu poeta!
Mesmo que de sonhos,
De um coração cansado,
De viver vazio,
Sozinho.