PERVERSO

Não tenho culpa de não saber viver

Tudo que aprendi não saíram dos livros

Nada que aprendi estava na boca dos sábios

Não tive mestres, nem mesmos os quis

No mundo agreste apenas senti, apenas senti

O frio nas noites solitárias, clamando agasalhos

O fogo eterno, o inferno, os demônios diários

Que nunca me deixaram em paz um só segundo

Hoje eu nem presto, sou errada, mas o que é o certo?

Enlouqueço só de pensar no mal que fiz,

Enlouqueço só de lembrar que nada fiz!

O que de bom foi pervertido?

O que dei foi veneno,

O que guardei foi sereno?

Pois dorme em meu coração

O ovo do dragão, sempre lá, latente

Uma serpente a sibilar entre os dentes

Esperando, dá o bote certeiro

Que me vai fazer pegar o bote derradeiro

E me levará para fora deste mundo que não é meu

Não é teu, nem de ninguém,

mas do perverso

Que me incita agora a escrever seus versos...

Franz Znarf
Enviado por Franz Znarf em 03/05/2016
Reeditado em 03/05/2016
Código do texto: T5623551
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