PERVERSO
Não tenho culpa de não saber viver
Tudo que aprendi não saíram dos livros
Nada que aprendi estava na boca dos sábios
Não tive mestres, nem mesmos os quis
No mundo agreste apenas senti, apenas senti
O frio nas noites solitárias, clamando agasalhos
O fogo eterno, o inferno, os demônios diários
Que nunca me deixaram em paz um só segundo
Hoje eu nem presto, sou errada, mas o que é o certo?
Enlouqueço só de pensar no mal que fiz,
Enlouqueço só de lembrar que nada fiz!
O que de bom foi pervertido?
O que dei foi veneno,
O que guardei foi sereno?
Pois dorme em meu coração
O ovo do dragão, sempre lá, latente
Uma serpente a sibilar entre os dentes
Esperando, dá o bote certeiro
Que me vai fazer pegar o bote derradeiro
E me levará para fora deste mundo que não é meu
Não é teu, nem de ninguém,
mas do perverso
Que me incita agora a escrever seus versos...