MEMÓRIA CANSA?
Vou indo assim mesmo...
Destemida não importa a dor.
Aguentando firme sem clamor.
Empurrando lágrimas a esmo.
Vou sim... Bem assim...
Ora sorrindo, ora chorando.
Alguém sempre zombando.
Mas, só eu sei de mim.
Vou... Determinada vou...
Minhas asas já atrofiadas e cansadas.
Resta pés esfolados pelas estradas.
Tortos de tanto que trilhou.
Vou com a esperança subtraída...
É o maior valor na bagagem.
Talvez seja a salvação da viagem.
Ou das adversidades dessa vida.
Claro que vou... Ou se vou...
Levando um canto desde criança.
Voz desafinada já sem confiança.
Traída pela memória que falhou.
Ou cansou?
Garanhuns – PE, 02 de maio de 2016.