P R E C I O S I D A D E S (26)

CRENÇA E DÚVIDA

Mas isto é uma hipótese sublime:

No fim de tudo a dúvida nos resta !

Há de durar continuamente a festa

Que nos embala ? A crença ? Esta sorri-me.

Mas dobra o homem, como a brisa ao vime:

A alma vacila sempre à ideia infesta,

Quando saímos finalmente desta

Existência - a outra vida enfim que exprime ?

Somos um elo desta natureza,

Nos fundimos em Deus... Mas há certeza ?

Razão, és bola, e como bola és oca !

À terra, por que então mandados fomos ?

Seremos verme ? ou somos Deus ? Que somos ?

Abismo, fala: para que tens boca ?