É Preciso que eu Cante o Vento...
Pois ele é monossilábico e pouco celebrado,
O vento que sopra na praia ou nas montanhas,
Que assanha os cabelos da jovem estudante,
E que levanta a saia da senhora recatada,
Invisível, contudo, quase onipresente no mundo,
Move hélices, papéis, cortinas e barcos à vela,
Serpenteia o lixo da rua, erguendo-o para o ar,
Esfria os nossos corpos do calor do verão tropical,
E invade as nossas casas à qualquer momento,
Por isso, é preciso que eu cante o vento.