CIRCO

CIRCO

Respeitável público

Agora no picadeiro

O brasileiro

Equilibrista

Não paga nada a vista

Não tem dinheiro

Só sente o cheiro

Em seguida o domador

Que quando tem dor

Morre na fila do SUSto

E não merece busto

E agora o mágico

De truque trágico

Faz sumir a vida

Na bala ou na avenida

Nossa próxima atração

É o adestrador

Deste circo do horror

Que ensina resignação

Quando roubado pelo ladrão

Nossa atração maior

É o trapezista

Que não é pessimista

Lança-se ao ar

Pensando voar

Sem rede de proteção

Vai virar suco no chão

E finalmente o malabarista

Com movimentos extravagantes

Não é bolsista nem capitalista

Esquerdista ou direitista

Um insignificante

Que mantem o espetáculo

Não impondo obstáculo

Aos sentados nas assembléias

Com muito mais

Que oito tentáculos

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 02/05/2016
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