VELHO GOIANO

Velho goiano

Fechado no cerrado

Comedor de pequi

E do pé rachado

Olha para o mato

Da janela do seu quarto

Lembrando da vida caipira

De jogar milho duro

Para os porcos e galinhas,

De lavrar a terra seca

Para fazer mais tarde

A colheita de alimentos e sonhos

E dar de comer a boca,

E a alma dos seus filhos.

Velho goiano

Sertanejo do brejo e da serra

Humilde trabalhador

De poucas coisas,

Mas de eterno esplendor

E gigantesca fé.

Velho goiano sentado

Num banquinho de couro

Debaixo do ipê amarelo

Olha o horizonte

E vê o crepúsculo descer

E cerrar mais um dia

De santo trabalho

E vida cumprida!