Instantes


Às vezes, no exato instante em que nos vejo,
Acometidos pela “petite mort” de teus orgasmos,
Quando teus olhos fitam o infinito, talvez à procura
De mim ou quem sabe de ti própria, no marasmo
Dos momentos em que saciamos nossos desejos,

Quando miro teus lábios ávidos no êxtase do gozo
A requererem o ar de que prescindes e necessitas,
Até mesmo para que não sucumbas a esta loucura
Que nos acomete neste instante, quando me fitas
Como se fosse o último refúgio, sabendo-me zeloso,

Quando me sinto tragado para dentro de teu eu,
Por vezes por teus olhos que me fitam distantes,
Opacos, por vezes por teus lábios ou por tua boca,
Que requer e me clama como teu amado e amante,
Cingindo-me em teus seios como se um camafeu,

Quando com tuas coxas me envolves e me enlaças,
Me conduzindo serena e ávida para o mais íntimo
Do que és e logo nos lançamos neste ritmo louco,
Em busca de nos transfundirmos em nossos imos,
Tornados uno e desfalecermos repletos de graça...
LHMignone
Enviado por LHMignone em 01/05/2016
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