o sol
amemos esse dia
que nos revela,
o sol, é o rei de olhos
compridos e mãos verdadeiras,
é dele esse reino
que nos abarca
é dele que os olhos
salta sobre a relva.
é dele o alimento
que faz da minha
seiva minha alma
á languidez do vento
beijando o gramado,
o tilintar dos gravetos
no caldo quente do meio-dia
e nossa gratidão,
amar o invisível é
matéria do primeiro
ano, acesso ao sagrado
da existência,
o óbvio
quando existe aos nossos
gestos é sinal de que algo
se desprendeu da lógica e
a vida se revelou numa
desvairada luz de serpente