Parêntese de Vida
Eu brinco com linhas soltas, um andarilho à toa que faz da dor a escrita,
Nas páginas soltas de um artigo e nas tantas linhas presas.
A vida está passando, querido amigo, e seguindo seu trajeto,
A cada dia se finda.
No bule cujo café fresco serviu de companhia
E na pia cheia, em diferentes casas se vê que a vida está passando,
E na minha escrita, apenas poetizo sua brevidade.
Em linhas soltas, a vida latente.
Em cada cabelo branco e nas tantas mentes cheias.
Em cada copo vazio e em cada união de alianças.
Da vida que se faz na presença e na solitária lembrança.
Que renasce na possibilidade de ser.
Eu escrevo versos soltos, e da vida cabe na linha um momento ou outro. Mas a vida é processo, querido amigo.
E a escrita é apenas confidente.
A vida é cada dia com sua respectiva dor,
É o que se vê e o que se desconhece.
Em cada alma com seus sonhos floridos e em suas pétalas soltas.
E vai seguindo o curso enquanto vamos caminhando.
A pausa também é caminho, querido amigo!
E a vida também é parêntese.
E enquanto a vida tem passado, vamos seguindo.
Vamos cantando, falando à toa.
Da vida escapa dos panos,
Da vida que desabrocha em planos.
Sendo ela um dia de cada vez e todos eles.