ESTABELECENDO O OFÍCIO DA MORTE

Ó Morte és um lembrete perpétuo

De que a Vida vale à pena.

Então, homens roguem

Para que a Vida seja intensa

E a Morte serena.

Morte velha, sempiterna,

Antes de o homem adentrar o Éden

E institui-la pelo profano pecado

Já sopravas a chama das estrelas

Nos pórticos do manso Universo.

Em dependente e endêmico segredo

Sabemos que foste a primeira amante de Deus

E como presente lhe dado em sinal de bom grado

Deste rebento e santificado afeto divino

Recebeste o corte da vida dos filhos rebeldes do Criador.

Por isso, aonde pisas

Os pássaros encerram o canto

Os ventos se calam, a noite clareia,

O dia escurece, as flores murcham

E os homens descem em lágrimas à sepultura.