Escritor de escrever
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Não sei escrever de verdade,
rabisco, invento, junto e ajunto,
espaço ao pensamento,
distribuo em andares,
chamo poema.
Nem métrica, rima, poética sílaba,
nem sigo, não consigo,
ou comigo.
Escrevo e pronto,
a cada verso um pouco aprendo,
do antes desaprendo
e continuo.
Um gênio chamou desperdício de papel e tinta.
Não me meto com gênios, são muito críticos,
práticos e pragmáticos.
Escrevo por escrever,
desabafar, contar, dividir,
às vezes, só pra testar
novos corredores, tetos e aderências.
Não quero reconhecimento
ou notas de aprovação.
Sou escritor e apenas isso,
Um sim, vários talvez,
sem receio dos muitos nãos.