(IN)CONCLUSÃO
Foi somente o desejo de ter,
A ânsia de ser,
A angústia de me expressar...
Foi o beijo não dado,
O olhar calado,
As mãos em quietude,
O sonho na incompletude
Da interminável noite sem luar.
Foi o soluço contido,
O pranto não vertido,
O diálogo com o travesseiro,
Sempre perto e atento
Este fiel companheiro
Nas noites de implacáveis
de desalentos.
Fica em mim neste momento
o gosto da desventura que se aninha
de não ter vivido meu intento.
No lugar, um vazio dolorido,
tão amargo de nem ter sentido
o roçar de tua boca na minha!
Najet Cury, Abril de 2016.