O BILHETE ENCONTRADO SOBRE A CAMA

Conheci um poeta que falava com a alma.

A paixão que ele usava me encantou.

Gago na escrita mas simples de expressar.

Olhos verdes, um pouco calvo, fácil de identificar,

o que escrevia era entendido,

que nem um simples olhar de uma cidade vizinha.

Ele era de lá.

Uma champanhe que explodia para dentro.

Sinto-me uma garrafa ao receber o golpe,

mas sem taças como brindar?

O que sobrou foi a espuma amarga,

a raiva que um dia não aconteceu.

Os beijos do poeta que ficaram na menção,

aquelas flores carregadas que ficaram na calçada.

Enquanto ele existir o peso da arte nas costas vai permanecer,

nunca morrerá não se nasce, mas se aflora, se apaixona.

Oh, viajado meu querido curador que arte é essa?

O poeta medicinal difícil de comunicar, vida curta, o tempo mais ainda, principalmente pra mim. Onde está agora?

Esqueceu o bilhete na cama,

a dormência da exclusão é muito fria,

conceituando, um novo significado para o amor.

Madalena Gomes e Joaquim Domingos
Enviado por Madalena Gomes em 30/04/2016
Código do texto: T5621056
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