LUA DE SOMENOS

A lua chorou sem dar recados

Seus sonhos encapsulados.

Colérica, pauperizou seu brilho

Escurecendo-se um pouco a cada ciclo.

Suspensa e distante no firmamento

A lua reflete todo o seu cântico de lamentos

No oceano frágil e baixo escoando somenos.

Pobre astro satélite sem doce pertencimento.

Surda lua de rico argênteo halo nascente

Escute este poeta de voz evanescente:

“Não existe no céu beleza mais sublime

Que a tua. Livre-se desta amargura de bile.

Deixe o sofrer comigo, seu amigo, seja plena

Sem pena de si mesma. Magnífica: brilhe!”