CRIME E CASTIGO
És a minha fada!
Serei eu o teu fado?
Marcos Avelino Martins
Teceste no teu meigo sorriso
Um frágil véu de orvalho.
Eu, onírico e trágico fado
A turvar teu límpido riso.
Jurei amar-te sem causar-lhe pesar
Falhei. Que tolo sou em ser humano?
Você mística, linda junto ao profano
Sem querer querendo roubei seu vicejar.
Causaste no meu coração abalos tectônicos
Em retribuição dei-te meu hálito atômico
De descuido e negação. Sangrei teu coração.
Saibas, porém, amada feérica, etérea criatura
Que te ferir deu-me eterna chaga de amargura.
Crime e castigo. Beberei fel para reaver tua doçura.