A SENHA
A senha
do meu olhar
é o brilho
de um certo viver.
Venha a mim
quando quiser
e direi sim,
sem impecilhos.
Da vida
uma nova onda
tem-me seguido
e me sonda.
Minh’alma,
desguarnecida
que lhe venha
com certa calma.
Há tanta
perdida energia,
em chão
de enterrada alegria.
Que venha
com algum tato
em frações
de intensidade.
Contactos
com poucos senões
em linha de contiguidade.
Que me informe
do arrepio
e em volúpia
não transforme,
meu estar de quietude
tal rompimento de açude.
Do olhar
tirei a venda
resta
desatar o gesto
ao qual
uma intenção empresto,
repleta
de cor e feitio
para
que as mãos eu estude
procurando
no mapa a palma
sem
resvalar por desvios,
para
que eu ache minha’alma.