Uma Foto Que Eu Tirei

Havia duas arvores no parque

Ali paradas imóveis pelas suas raízes

Se olhando e se querendo estar juntas

Parecia eu e você quando nos conhecemos

Cada uma de uma beleza única e gentil

Caladas sem maneira de se entrelaçarem

Havia duas arvores no parque

Que não tinham como se amarem

Os anos se passaram e uma delas morreu

Logo em seguida o vento forte arrancou a outra do chão

Veio então os homens e as cortaram em toras

E as empilharam juntas e atearam fogo nelas

Foi uma noite linda de fogueira

E ali no parque as arvorem cantavam juntas

Sob labaredas de fogo e luz incessante

As duas arvores se amaram como furacão

Até as cinzas do destino não podiam causar medo

Parecia muito como nós dois juntos

A cada dia esperando a morte para podermos nos amar

Para podermos nos unir o que hoje nos separa

Esses galhos, essas sombras, nossas raízes imutáveis

Desejando o fim de nossas vidas e distancias

Querendo a machadada derradeira

Esperando os homens nos dilacerar

Nos empilhar e nos queimar de paixão

Pelo menos uma só vez contanto que seja

Pra sempre como se amaram aquelas duas arvores.