NA ORDEM DOS BRUXOS
NA ORDEM DOS BRUXOS
Agora estou vivo
amanhece o indicio
de tudo que estrada provou
ser meu desde o inicio
é tudo tão belo tão mágico
tão confesso de pureza
o frio não ofende
há um calor por dentro
há amor nascendo
sem o amor querendo
sem a vontade dos estranhos
em suas cercas seus muros
cobrindo suas entranhas
o amor é um vírus hipnótico
ela me comeu com os olhos
estou viajando nos corpos
no deleite das mulheres
que vivem dentro dela
uma delas estava na estação
outra soprava palavras
num verão derretendo
o medo dos impulsos criados
impulsos criados
impulsos escravos
retidão das agonias perversas
o olimpo agonal era
um deserto de pedras
esculpidas na chuva
a beleza andando sozinha
o santuário esculpe-pedras
que andam sozinhas
as intocadas bruscas
as que ofuscam pelo brilho
o limo sobre as escuras
de sentido
nada oferecem do mal
que cresce da estupidez
de querer ser infinito
sou a pedra caída de sísifo
ele está morto
eu posso ver a estrela da manhã
nascendo
eu posso ver...
...estou vivo
plenitude afogam os mártires
do nada num navio fantasma
eles pousam na sua casa
eles querem o que é podre
o que está por fora
o julgamento das dores
confunde os mundos
tem algo que cresce por dentro
ainda estamos nascendo
ela dita sobre meu peito
beijando minhas vidas
não há lamento pela morte
das almas santas
eles precisam matar o infinito
vão ao doente de séculos
comprar vestígios
sinto o fluído vento levitando
estou vendo estou vivo
entrego minha alma...
MUSICA DE LEITURA: TY SEGALL - GHOST