# AMOR BEDUINO #
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TANTOS PREGOS NA MADEIRA ,
ESPINHOS NOS CÁCTOS
EU EM MEU DESERTO .
RASGADA NOITE ,
EM TEMPESTADE DE AREIA ,
APAGANDO A LUZ DE MINHA CANDEIA .
RASGADOS CHOROS , RASGADOS SOFRIMENTOS ,
RASGADOS CHEIROS DE CAMELOS ,
TRAZIDOS PELOS OS VENTOS .
TANTOS PREGOS NA MADEIRA ,
ESPINHOS NOS CÁCTOS ,
VOCÊ COM ESSE AMOR TÃO BEDUÍNO ,
PROCURO-LHE
EM MEU DESERTO .
SERÁ ILUSÃO DE ÓTICA ??
NÃO HÁ ESTRELAS NO FIRMAMENTO ,
A PROCURA , NUA , CRUA , SEGUINDO PEGADAS NA AREIA ,
DESTE AMOR BEDUINO .
APAGADA LUZ DE MINHA CANDEIA !
SERÁ QUE ESSAS PEGADAS ,
TAMBÉM ME LEVARIAM A GANDHI ?
QUERO FALAR DE MINHA PAZ ,
VER SE POSSO COM A VIDA JOGAR XADREZ ,
GANHAR DELA SÓ UMA VEZ .
ILUSÃO DE ÓTICA !
QUE ME FINDE ESSE DESERTO ,
SE EU NÃO PUDER SUBIR MONTANHAS ,
GRITAREI POR MOISÉS ,
GOSTARIA DE SABER SE OS MANDAMENTOS ERAM MESMO DEZ .
APAGADA LUZ DE MINHA CANDEIA !
TANTOS PREGOS NA MADEIRA , ESPINHOS NOS CÁCTOS !
NA MATEMÁTICA , NOS PLURAIS DE MINHAS HISTÓRIAS ,
SUBTRAINDO O QUE MAIS ME DÓI AGORA .
NÃO É ILUSÃO DE ÓTICA !
NO MEU DESERTO , NO PALCO DA VIDA ,
SE PUDESSE NÃO VIVERIA NENHUM DRAMA ,
SÓ FARIA COMÉDIA .
RASGADOS SINOS , PRÓXIMA CIDADE !
MAIS ESSA NÃO É MINHA CIDADE !
APADAGADA LUZ DE MINHA CANDEIA !