A VERDADE DO AMOR

O gostar verdadeiro é conquistado

por um homem devotado

e as suas qualidades são percebíveis

seus gestos e ações admiráveis são visíveis

mesmo pelo movimento brusco

de seu corpo caindo do catre ao chão

sua característica é a pura emoção

é a expressão artística de todo o seu ser.

Ele não mede esforços

ele pensa constantemente

ele não mente para si mesmo

o impulso é incontrolável

e para ele é natural a dádiva de amar

é um presente da existência

que o faz respirar aliviado na prisão da solidão

esse colorido entra como os raios do sol

pelas grades que antecedem a sua liberdade

a liberdade de amar

mas a sua decepção é estar preso ao passado

um abismo profundo e negro

onde o olhar se mantém fixo e perdido

sem esperança de fuga

apesar dele estar arrependido

e ter se confessado dos seus pecados

ele continua a espera

de ser executado

é um solitário em um canto da cela da solidão

sem felicidade e sem o pão para a sua existência

e ele a imagina na porta

mas não pode tocá-la

e está olhando o campo vazio

que ausente de flores

o mantém grudado ao piso frio

que como ácido corrói as suas emoções

e ele emite um grito mudo ao nascer do dia...

sente-se como um pássaro com as asas amputadas

e sabe que está chegando ao fim da jornada

estava preso até a noite passada

agora alcançara a liberdade

parou em frente ao atirador

e pensou:

finalmente entendi qual é a verdade do amor.

TEXTO ORIGINAL: LUIZ MORAIS

TEXTO POÉTICO: CARLOS SILVA