De um Sonho Inexplicável
Vi dois sóis brilharem
no sonho que sonhei;
era num tempo sem tempo
onde o vento eu resvalei...
Vi um temporal de estrelas
nesse sonho que sonhei;
era um céu de fogaréu
de um mundo que entalhei...
Ouvi uma voz de terremoto
nesse sonho tão remoto;
era o eco da voz de Deus
gritando que era rei...
Ouvi um silêncio ensurdecedor
nesse sonho de torpor;
era o eco do novo abismo
que escalei e auscultei...
Vi o mundo renascendo
nesse sonho interminável;
foi d’um ventre inenarrável
o parto que vislumbrei...
Vi a luz e a escuridão
neste sonho misterioso;
eram opostos em união
gerando toda a imensidão...
Vi e calei atordoado
esse sonho que sonhei
de sonho tornou-se poesia
que neste dia então narrei...