SEM-TETO

Meu lar eram teus olhos,

onde eu me via melhor.

Meu abrigo, as tuas mãos,

que apascentavam perigos,

domesticavam receios,

pacificavam segredos.

Minha casa era o teu peito,

amplo refúgio e abrigo,

portas que se abriam

para salões imensos,

janelas abertas sobre o grande vale.

Tudo estava lá,

completo.

Por isso, o desamparo,

a chuva, a ventania,

essa ausência de tudo,

esse deserto.

Cliz Monteiro
Enviado por Cliz Monteiro em 24/04/2016
Reeditado em 31/12/2016
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