CÃES DE GUERRA

O que mais tem são cães de guarda

espumando de cólera na cola da paz.

Joaquim de Azevedo Machado

Durante o dia

Os cães de guerra

Seguem a frente

Do pelotão

Ominioso arauto

Ganindo

Espantando

Pombos brancos

Abrindo caminho

Entre a vida.

Durante a noite

Os cães de guerra

Vão atrás

Da infantaria

Roendo os ossos

De ócio, e de paz.

Bebendo o sangue

Dos caídos, uivando

Na treva que recaí.

Lambendo os restos

Da morte conquistada.