Nerudeando o mar
De minha voz, um silêncio frágil
de ouvir, quer dizer-me
alguma coisa.
Talvez falar sobre algum amor.
Os silêncios me acompanham.
Nerudo, ouvindo a voz das ondas quebradas
na beira de um mar onde estou só,
sem o som que o vento traz aos outros.
Resta-me ainda o sonho de ver-te ó sereia linda,
cheia da sedução desses silêncios
que me enchem de amor o coração distraído
de amores reais que me aprisionam,
me pedem a canção do ir-se embora,
mas fico, acredito, abro bem os ouvidos e me obrigo
a cantar a valsa do mar,
e o silêncio novamente me encanta, e ouço as outras ondas
balançando o que me é possível amar.