Noturno.
Boemia, a arte da vida,
das noites eternas,
rodar a cidade, pelos bares
ver as janelas, adormecidos lares
que fenecem quase que sem vida.
Pego o meu bloco, faço um poema,
descendo a garganta um aguardente,
o frio da noite que me queima
um poeta solitário e indecente.
ah, mas ela está chegando!
tamanha beleza que vem desfilando,
é hora, abraça-me soluçando...
a companhia de quem anda só,
espirito e alma, num mesmo nó;
coração que sorri de tudo,
ela a tragar a fumaça do meu peito,
não desvio o olhar e fico mudo,
faça-me tudo, tanto quanto o teu jeito.
Que meus olhos desfalecem, umidecidos,
e acorde os meus versos, bêbados e adormecidos...
Rio de Janeiro, 15 de Março de 2007.
Natomarkes.