SEM TÍTULO

Ergue-se terra

fincado chão

título suplício

duro leito

deito

fixolhar

e delito.

Derrame do seco

de peixe e margem

cava cova destinos

e acresce estrias

se abro dermes mortas

para toda a sorte de coisas vivas.

Levado

arrasta

silêncio

milênio

Título ia, título vão!

eito coberto de rosa,

rios de João.

Dor que não se mede

nasce incapaz de ferir

o que ou quem

deveras

mente.

És domador de faltas,

e eu pintor do ausente.

Somos onde o coração

é esteiro, istmo

sema, poema

rio sem título.

Antônio B.

Baltazar Gonçalves
Enviado por Baltazar Gonçalves em 24/04/2016
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