Cheia de Si
Eu já não gosto das bebidas mais fortes,
tirando os momentos em que quero afogar minhas borboletas no estômago.
Mas sinceramente, prefiro afogá-las em um vinho suave de pêssego.
Ou melhor, naquele yakult que não compro no mercado porque acho caro.
Eu já não espero receber elogios,
nem carinhos,
beijos roubados,
ou aquele aperto de mão que me faz sentir segura.
Eu só quero calmaria,
aquela calmaria que só encontrava em você,
e que agora,
encontro em mim.
Na natureza enterro minhas euforias,
nos animais
meu amor,
os quais me tiram qualquer resquício de dor.
Na humanidade,
ah, essa humanidade...
Tão desumana,
não me resta amor, nem dor.