Pelos Vãos do Tempo
Pelos vão vazios do tempo
observei o passado e o futuro,
o presente era em cima do muro
segurando uma ampulheta vazia
onde os minutos já não são mais;
o tempo parou num piscar de olhos
e o sol crepitou inocente no céu
emanando versos radioativos
pelo vácuo diáfano d’alguma estrela
que cadente virou cometa sem rota
e foi passear pelos confins do cósmico
procurando o ventre nascedouro
d’onde a luz e as trevas reverberaram
e de mãos dadas viajaram universos.