Do Soturno ao Diuturno ao Noturno ao Infinito
A lua raiou como um sol noturno
floresceram rosas em Saturno
o poeta caminhou de elã soturno
e o espírito desfigurou-se diuturno
numa cratera d’algum outro planeta
que transfigurou-o em um asceta
que caminhou avoado por universos
buscando a perfeição nos versos
que narrem o todo em reverso
alumiando os olhares transversos
de duas estrelas quase se apagando
enquanto a existência vai caminhando
por vias extintas e intermináveis
por becos incertos e inenarráveis
por sendas nocivas e incognoscíveis
que guardam histórias terríveis
que guardam rumores incertos
que se desfazem na beira do inferno
que ilude os supostos insanos pecadores
remoendo nas almas suas dores
que são flechas do arco da consciência
em busca de perdão e clemência
em busca da luz que é renovadora
em busca de um sol irrelevante
que faz-te ver que viver é o bastante.