Do Soturno ao Diuturno ao Noturno ao Infinito

A lua raiou como um sol noturno

floresceram rosas em Saturno

o poeta caminhou de elã soturno

e o espírito desfigurou-se diuturno

numa cratera d’algum outro planeta

que transfigurou-o em um asceta

que caminhou avoado por universos

buscando a perfeição nos versos

que narrem o todo em reverso

alumiando os olhares transversos

de duas estrelas quase se apagando

enquanto a existência vai caminhando

por vias extintas e intermináveis

por becos incertos e inenarráveis

por sendas nocivas e incognoscíveis

que guardam histórias terríveis

que guardam rumores incertos

que se desfazem na beira do inferno

que ilude os supostos insanos pecadores

remoendo nas almas suas dores

que são flechas do arco da consciência

em busca de perdão e clemência

em busca da luz que é renovadora

em busca de um sol irrelevante

que faz-te ver que viver é o bastante.

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 23/04/2016
Código do texto: T5613577
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