GRITOS DE LIBERDADE

O inverno rasgou a terra em tecidos de areia,

A chuva fecundou o tempo dentre as nuvens

Que vagueavam por um céu cinzento de aveia

Trazendo como rebentos os ritos que se ouvem

Pelo ribombar dos trovões na atmosfera densa...

Relâmpagos riscaram do horizonte a noite fria

E num olfato sedoso atritos de âmbar imprensam

A metamorfose das horas que trancafiou o dia.

Sereno massagear ouve-se na curva dos ventos

Embora vozes sussurrem do libido os lamentos

Que derramam gases sobre o chão batido de lama...

Úlceras do espaço são luzes que do final do túnel

Mostram a derrama contida que desenha o painel

Donde se vê gritos de liberdade que a vida inflama!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 22/04/2016
Código do texto: T5613382
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