GRITOS DE LIBERDADE
O inverno rasgou a terra em tecidos de areia,
A chuva fecundou o tempo dentre as nuvens
Que vagueavam por um céu cinzento de aveia
Trazendo como rebentos os ritos que se ouvem
Pelo ribombar dos trovões na atmosfera densa...
Relâmpagos riscaram do horizonte a noite fria
E num olfato sedoso atritos de âmbar imprensam
A metamorfose das horas que trancafiou o dia.
Sereno massagear ouve-se na curva dos ventos
Embora vozes sussurrem do libido os lamentos
Que derramam gases sobre o chão batido de lama...
Úlceras do espaço são luzes que do final do túnel
Mostram a derrama contida que desenha o painel
Donde se vê gritos de liberdade que a vida inflama!
DE Ivan de Oliveira Melo