Tecer

O meu copo está pela metade

E aquele som, tão característico

Me faz companhia na madrugada

Onde os versos são curtos

Onde a luz está forte

E me quer vivendo

E não me deixa dormir

E me questiona onde está

A chave que eu perdi

E que em algum momento esteve no meu bolso

O espelho diz estar aqui

Em algum lugar

Mas agora me deixou vagando

Divagando como um fantoche

Que puxa suas cordinhas de senhor dos brinquedos

Com seu rosto costurado

Mas crê não saber andar

E suas pernas bambeiam

Seu rosto escorre

Em fios que tecem o seu leito

E escrevem seu nome

Em uma página em branco