dar de ombro

O vazio

Não se dizia

Pelas coisas

Nem pelos gestos

Sequer pelo abraço

Pela saudade

Que nos cortava

Como o açougueiro

A carne; e não se pronunciava

Pelo voo da passarada,

O vazio não era algo

Que o verbo tocava

Era algo mais do espaço

Onde as coisas comportavam

Não era sabido pelo pai

Nem pela mãe

Nem da região, os sábios;

Nem o poder engravatado;

Quem quisesse saber do vazio

Tinha mais era que dar

De ombro para as coisas que existem

Andrade de Campos
Enviado por Andrade de Campos em 22/04/2016
Código do texto: T5613020
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