LASCAS LOUCAS POR UM NOVO SOLFEJAR

Quando o casamento azeda libera mofo pelos seus poros

suas juntas ficam teimosas, cabeçudas,

seu tempo fica rude e calado.

Quando o casamento empipoca e pede socorro

e seus sentinelas abandonam os postos de vez

o que era cor vira trambolho.

Quando o casamento fica manco e esquece seu passo

desfaz o pouco de sumo que ainda teimava em não debandar

acaba virando enxurrada com fôlego de gigante.

Então o casamento tira do seu avesso um dorso novo

faz respingar de si toda aquela mágoa que se dizia ser tudo

manda embora a dor que não o deixava mais respirar.

Nessa hora os ventos sujos ficam amotinados, assustados,

percebem que seu reinado que parecia eterno, morreu,

acordam do terror com lascas loucas por um novo solfejar.

Assim as lágrimas perdem seu cabresto, o desnorteio fica sem rédeas,

tudo se amálgama para o casamento estrear pra valer

tudo se funde para a felicidade voltar para casa

e nunca mais teimar em fugir para outro confim.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 21/04/2016
Reeditado em 21/04/2016
Código do texto: T5611814
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