desperto
A esta hora
Quase noite,
Dia desfeito, passou
E não viu, enfurnado
No emprego seguro,
a noite penetra tua pele
E te aquece o corpo,
Não sabe quantas
Noites já te estrangulou
Quantas mortes já te aconteceu,
E tua saudades, junto com a noite,
Claro que não viria em outra hora,
Te adormece, te enlouquece,
Te deixa tonto, amortecido,
Mas nada disso pode contar,
Sequer gritar, gritar e parecer o
Que, sabe-se lá o que vão falar,
tem que te fazer
De bom moço, da coisa ordeira
Que não se debruça na vulgaridade,
A noite chega e te cala, a vida passa
E te cala, tua palavra não sabe a textura,
Da tua boca, a quentura de tua garganta,
Tudo isso, como um trator de tortura todo,
E te cala.
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Não sei fluir
No concreto
nem em corpos desertos
Também
Na casa alheia
Gosto
Do campo aberto
Na corredeira das pedras e
Fazer o que der na teia