GOIÂNIA

Em Goiânia reza a lenda

Arde o sol das chuvas de ouro

A abençoar os bravos deste berço.

Ó Goiânia

Pérola do cerrado

De verdes pastos,

Bosques e buritizais

Suas orlas crescem

Em tons de ais sociais.

Mas não falarei

Das dores de vilipêndio

Nem do selo atômico de setembro

Falarei dos singelos amores

Delicados feito um beijo

À margem do Lago das Rosas.

Flor goiana soberana és Goiânia

Erguida em terra santa

Vista toda do alto da Serrinha

Ou do Morro do Mendanha.

Goiânia, qual é a tua sanha?

Ou façanha faceira de ser?

Águas do Meia-Ponte e João Leite

A untam e ornamentam feito azeite.

Beba sem medo teus ricos símbolos

Desde os esquecidos índios Goyá

Ao amarelo do ipê e do pequi

Filhos áureos do chão de ti.

Dorme Goiânia, seu sono de estrelas

Límpidas. No seio da potente metrópole

Ergue-se senhora no planalto

Fincando suas raízes neste solo

Sertanejo, viveiro de sonhos.

Teu tempo passa e esbalda-se

Seja nas varandas dos apartamentos

Ou nas cadeiras de balanço das fazendas.

Passada a noite, o sono do crescimento

Nas folhas das árvores e jardins

As gotas do orvalho encerrado

Refletem todo o seu esplendor Goiânia

Em sua simplicidade verde cingida

Pela coroa moderna de arranha-céus

Ó Goiânia pareces menina que cresceu demais,

E por isso, continua tímida e linda,

Porém com ares de inconfundível mulher.