SEI QUE NÃO SEI

Que a coragem que tenho me sustente

Que o meu silencio seja o clamor que soa

Para que assim a transformação doa

E a dor me faça ter esperança sempre

Porque tudo o que sei é ilusão

E o que não sei é o que machuca

Que eu ame sempre comedida mente

Que os meus delírios me evitem os perigos

Mesmo que o abismo sirva-me de abrigo

E a solidão me abrace definitivamente

Porque tudo o que acredito, é o simples

E o que eu ignoro, não me fará falta

Que os bons ventos tragam novidades

Que toda verdade seja sempre superada

Mesmo que a realidade seja cortejada

Pelas mesmices vindas das grandes cidades

Porque tudo que aprendi não existe

E o que não vi, é tempo perdido

Que as minhas quedas sirvam de lição

Que todo o meu querer sirva de caminho

E para todos que buscam sair do vazio

Que o meu viver não tenha sido em vão

Porque tudo que sei é que nada sei

E se não o soubesse, de nada valeria.

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