Vigília
Olhos fechados
enxergam
para além do horizonte
os contornos do azul.
Montes de areia
crescem e decrescem
no ritmo do vento.
O vento sopra dentro,
no pulmão da existência.
As linhas do rosto fruem
a vacância do universo.
Tudo suspenso no exterior,
exceto o calor do que toca a pele
e testemunha o som submerso,
como no interior da concha.
A pérola.
Um mar de profundezas repousa.
Pés e mãos sentem ondas
da pulsão que irriga e umidece.
Dorme um corpo
na vida desperta,
sob a vigília da poesia.