Mulher Amazônica
Cabeceira do medo
Me fizeste frustrar
Desemboca em desejo
Me fizeste suar
As mãos de pura anistia
De céus em grande euforia
Chegaste a hora d'eu te beijar
Corredios em negras tranças
De volumosas ancas
De farto caminhar
Meandros da formosura
Na pele a seda pura
Mulher do áureo lugar
Confesso que a boca desperta
O que no coração aperta
Se afunda no próprio falar
Conflui em brasa e paz
Os umbigos de gosto audaz
Na carne, afluente de me encontrar
Abrangência define
As margens sublimes
Da imensidão de teu olhar
Leito de mista fusão
Dos caminhos de pedra
Tão sem direção
Que teus pés ousaram traçar
Mas essa mulher amazônica
Transmita na foz peruana
Até banhar-se no mar
Antinacionalista
No curso de plena vida
Pororoca que paira no ar