DESABAFO ( ESCRITO COM O FÍGADO )
DESABAFO ( ESCRITO COM O FÍGADO )
Tartamudeiam
Entre o sim e o não
Vendedores de ilusão
A esquerda e a direita
E também os que não tem mão
Quiçá direção
E a manada
Desenfreada
Corre abestada
Para a proa
Para a popa
Desgovernada
Como nunca dantes
Na não história deste país
Que amarela
Que verdeja
Que avermelha
Mas sobretudo acinzenta
O porvir
Descolorido
Dolorido
Sobretudo aos menores
Que ao sabor dos ventos
Respirarão tempestades
Mentiras virarão verdades
Verdades virarão inverdades
E na terra arrasada
Pela ignomínia
Restará apenas
Uma esmola pelo amor
Do adeus
Ao que seria expectativa de vida
E passará a ser de morte
De falta de sorte
De nascer num lugar
Em que não se aprende a amar
Apenas usar e descartar
Sem possível reciclagem
Apenas lixo
Sempre prolixo
Num enredo que se repete
Em emoção em afã
Sem razão sempre anã
Deseducada
Duradoura em sua inutilidade
Fala a verdade
Que merda somos
Momos
Reis de blocos de sujos
Sabujos
Dos canhotos
Dos direitos
Dos sem deveres
Do hoje do amanhã
Do sempre inacabado
Que nunca será completo
Pois não há amanhã
Por falta de ontem
Vida erguida em areia movediça
Instável para sustentar castelos
De lama