Pensamento tosco, cabeça cansada,
Não quero dizer mais nada...
Não quero cair da escada,
Não quero pisar na merda,
Não quero noites mal dormidas,
Não quero sequelas de doenças mal curadas,
Não quero a benção da curandeira,
Nem me afogar na lama,
Morrer numa cama que não é minha,
Sentir os meus pés gelados,
Comer comida fria,
Assistir TV de madrugada,
Fazer sexo com a empregada,
Desistir do emprego,
Ter medo de me empregar de novo,
Torcer pela seleção brasileira,
Fazer besteiras como sempre fiz,
Ser infeliz por ser feliz,
Ter certeza que sou um imbecil,
Que existem mil melhores do que eu,
Que até hoje ninguém me comeu,
Quem me fodeu foi o destino,
Desde menino eu sinto isso,
Desde pequeno eu sou menor
Que o tamanho dos meus amigos,
Hoje não tenho mais amigos,
Meus inimigos devoram flores,
Meus amores cospem a minha saliva,
Minha alma ainda está viva,
Mas sopra um vento forte vindo do sul,
Talvez seja a morte vestida de azul,
Ou apenas o buraco de um cu,
Que seja o olho do tornado
Que derrubou a casa do meu vizinho
Que era mais chato que o Orfeu,
Colecionador de selos profissional,
Mal sujeito nas horas vagas,
Espiava as meninas desavergonhadas,
Aos olhos nus eu nasci nu,
E cresci vestido de trapos,
Meus pratos de arroz e feijão,
Minha sobremesa de gelatina,
Os olhos verdes da menina,
A tentação do coroinha,
Era para ser minha
(aquela menina)
Mas o tempo e o oratório
Me colocaram de joelhos,
Que hoje são mais velhos que a minha história,
Pois são dois e minha memória é uma só,
Como eu sou só nesta porra de vida,
Ninguém me convida para viver junto
E comemorarmos quem será
O primeiro defunto de nós dois.
Depois do ano novo vou me regenerar,
Vou trocar o cigarro pelo jogo de paciência,
A poesia pela masturbação,
Os sonhos
Pela merda de um trabalho
E dizer para todo mundo
Que agora sou gente,
Mas continuo com alma de vagabundo.
Não quero dizer mais nada...
Não quero cair da escada,
Não quero pisar na merda,
Não quero noites mal dormidas,
Não quero sequelas de doenças mal curadas,
Não quero a benção da curandeira,
Nem me afogar na lama,
Morrer numa cama que não é minha,
Sentir os meus pés gelados,
Comer comida fria,
Assistir TV de madrugada,
Fazer sexo com a empregada,
Desistir do emprego,
Ter medo de me empregar de novo,
Torcer pela seleção brasileira,
Fazer besteiras como sempre fiz,
Ser infeliz por ser feliz,
Ter certeza que sou um imbecil,
Que existem mil melhores do que eu,
Que até hoje ninguém me comeu,
Quem me fodeu foi o destino,
Desde menino eu sinto isso,
Desde pequeno eu sou menor
Que o tamanho dos meus amigos,
Hoje não tenho mais amigos,
Meus inimigos devoram flores,
Meus amores cospem a minha saliva,
Minha alma ainda está viva,
Mas sopra um vento forte vindo do sul,
Talvez seja a morte vestida de azul,
Ou apenas o buraco de um cu,
Que seja o olho do tornado
Que derrubou a casa do meu vizinho
Que era mais chato que o Orfeu,
Colecionador de selos profissional,
Mal sujeito nas horas vagas,
Espiava as meninas desavergonhadas,
Aos olhos nus eu nasci nu,
E cresci vestido de trapos,
Meus pratos de arroz e feijão,
Minha sobremesa de gelatina,
Os olhos verdes da menina,
A tentação do coroinha,
Era para ser minha
(aquela menina)
Mas o tempo e o oratório
Me colocaram de joelhos,
Que hoje são mais velhos que a minha história,
Pois são dois e minha memória é uma só,
Como eu sou só nesta porra de vida,
Ninguém me convida para viver junto
E comemorarmos quem será
O primeiro defunto de nós dois.
Depois do ano novo vou me regenerar,
Vou trocar o cigarro pelo jogo de paciência,
A poesia pela masturbação,
Os sonhos
Pela merda de um trabalho
E dizer para todo mundo
Que agora sou gente,
Mas continuo com alma de vagabundo.