A Sinfonia e a Rosa
Ao reunir um quarteto de violonistas,
Solicitarei que toquem algo aprazível
Quando tu, rosa vermelha que nasce na praia,
Inclinares o teu caule a fim de ouvir os instrumentos
E, do íntimo do teu ser, te sentires sensibilizada
Com os acordes tocados com grande sincronia e amor,
Torna-te-às mulher, símbolo maior da delicadeza,
Quando tu, rosa vermelha que nasce na praia,
Apropriar-tes dos anseios do som e da melodia
E bebestes, carinhosamente, aquilo que é belo,
Serás então nascedouro de sonhos e prazeres
A abarcar o poeta, tal qual a brisa do mar,
Quando tu, rosa vermelha que nasce na praia,
Perceberes lucidamente que a música te entranha
Sutilmente, e efetivamente, assim como um inseto,
Que sorve tua essência com calma e discrição,
Transforma-te-às em carne, em pernas e curvas,
Quando tu, rosa vermelha que nasce na praia,
Te sentires, ao mesmo tempo, mulher e flor,
Então sim, a composição surtirá o efeito por mim desejado.