AS ONDAS
Fervilha no que resta das entranhas
Da coisa mais que morta e envilecida
A profusão de larvas e barganhas -
Consome em gosto torpe a já vencida
Carcaça do que há pouco tinha vida.
Desvia o olhar se o estômago sensível
Confessa aqui revolta pela ofensa
Que a indignidade que lhe acena, horrível,
Assume abjeta a mente mais propensa
Às aflições que preço algum compensa.
O brilho dessas coisas irrequietas
E gordas flutuando nos seus sumos
Remete às ondas de praias secretas,
Idílicas, paisagens prediletas
Do que perece, errático em seus rumos.
Entende, entanto, o horror que em seus apelos
Apenas cumpre a lei da natureza.
Vazia de si mesma a coisa preza
Por ciclos nessa urgência de sabê-los
Anúncio de imperativos mais belos.
.
Fervilha no que resta das entranhas
Da coisa mais que morta e envilecida
A profusão de larvas e barganhas -
Consome em gosto torpe a já vencida
Carcaça do que há pouco tinha vida.
Desvia o olhar se o estômago sensível
Confessa aqui revolta pela ofensa
Que a indignidade que lhe acena, horrível,
Assume abjeta a mente mais propensa
Às aflições que preço algum compensa.
O brilho dessas coisas irrequietas
E gordas flutuando nos seus sumos
Remete às ondas de praias secretas,
Idílicas, paisagens prediletas
Do que perece, errático em seus rumos.
Entende, entanto, o horror que em seus apelos
Apenas cumpre a lei da natureza.
Vazia de si mesma a coisa preza
Por ciclos nessa urgência de sabê-los
Anúncio de imperativos mais belos.
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