Tercetos

Madrugada, o galo canta, alvorada

O cerrado desperta na sua agonia

O sol amanhece na infinita quebrada

E eu aqui, cochilando melancolia

A escuridão entalhando forma

E a vida destrancando a portaria

O vento inicia sua musical norma

Sem esperar que desperte a aurora

E incógnitas vozes no silêncio enforma

É noite ainda, e breu há lá por fora

O café já está preparando a pitança

O ócio sonolento não quer ir embora

Como se exilar deste leito de criança

Que dá colo, aconchego, mansidão

Faz poetar, da saudade e lembrança

Madrugada, o galo canta, desperta coração!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

15/04/2016, 05'05" - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 14/04/2016
Reeditado em 02/11/2019
Código do texto: T5604732
Classificação de conteúdo: seguro