EU MINTO!

Palavras fogem

Mas, o desejo de falar fica.

Então, o desejo de falar explode

E espalham as palavras ditas!

Como deter esta avalanche

Que desaba em uma alma aflita,

Quando a boca cala

O que o coração grita?

Como deter a expressão

Que se revela no olhar ardente,

De quem ama,

E não tem coragem,

De dizer o que sente?

Meu olhar esconde,

E minha palavra mente!

Ah! Angústia,

sentimento que exala,

O que a voz covarde cala!

Mas os lábios trementes,

Não sabem mentir

e revelam num só beijo,

o que esconde

sem forças para fingir.

Alguma coisa calada

dorme em mim!

É o desejo febril

de te dizer, enfim,

que o amor insinuante

que escondo em vão,

É a palavra não dita

que minha alma grita

em minha solidão!

Naget Cury, Maio de 2015

Reeditado em Abril de 2016

Najet Cury
Enviado por Najet Cury em 14/04/2016
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