era o beijo!
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falaram de ti como se a anunciar a vinda
da Primavera.
mas já flor te via à minha lapela, esfolhada
por hálitos de pinheiro e cipreste.
o céu clareou e cantaram o teu nome..
a alma das coisas fremiu quando ao lábio te levei. houve
um súbito raio. uma nesga no Tempo. um silêncio
que alterou a cadência universal.
era o beijo!
era as bocas em duelo! era a febre! o aperto! a fome! a pilhagem! o rapto!
a asfixia! a canção! o ardor das águas em tumulto!..
e os nossos corpos
a leitos muitos do chão!
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